CORPOS SUTIS

Ao definir o perispírito em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec (1804-1869) o descreveu como sendo um laço que liga o espírito ao corpo físico.

Afirmou ser este constituído de eletricidade, de fluido magnético animalizado, de fluido nervoso, de matéria inerte, semimaterial, matéria elétrica ou de outra tão sutil quanto esta. Kardec, procurava abarcar mais amplamente a natureza do perispírito, dando a entender a existência de uma constituição múltipla, como se pode deduzir da assertiva de se tratar de um fluido nervoso.

Na época em que Kardec codificava o espiritismo, não se empregava o termo duplo etérico, mas quando Kardec escreveu que o perispírito é constituído de matéria sutil, nervosa e inerte, é evidente que ele estava se referindo ao perispírito como um corpo complexo, não de natureza única.

A constituição setenária proposta por Helena Blavatsky (1831-1891) e a Teosofia é uma síntese de ideias da filosofia oriental (Advaita Vedanta, Samkhya) e ocidental (Platonismo, Ocultismo). Todas estas correntes concordam que a constituição humana é formada por sete princípios.

Nas psicografias de Chico Xavier, mais especificamente no livro Nosso Lar, o espírito André Luiz faz referência à vários corpos espirituais: duplo etérico, corpo astral, corpo mental e corpo causal, referindo-se ao termo perispírito.

Corpo Físico: (7)

Energia condensada que está em uma fôrma. É o veículo de manifestação dos outros corpos. É a caixa de ossos, músculos, tecidos, nervos... Nossa matéria particular.

Corpo Vital ou Duplo Etérico: (6)

É o molde do Corpo Físico. Ele dá vitalidade e anima o Corpo Físico. Ele é feito de elementos da natureza do campo físico/material. Nele está a energia, sendo o principal corpo em que se localizam os chakras.

É através deste corpo que passam as sensações sentidas pelo corpo físico.

Corpo Emocional: (5)

Tudo o que acontece no decorrer da nossa vida fica registrado nesse corpo. Muitas vezes não lembramos de uma coisa, mas nós sentimos. Algo que aconteceu na infância, por exemplo, podemos não lembrar, mas existe uma sensação. Não racionalizamos o que seja, pois além do Corpo Racional ficar separado do Corpo Emocional, determinados acontecimentos ficam em arquivos antigo, engavetados muito profundamente, principalmente se nos causam dores. Isso é individual e depende do poder de resolutividade do indivíduo ao lidar com determinada situação.

Podemos exemplificar assim: Dois indivíduos da mesma idade, com a mesma semelhança física e mesmo sexo, recebe uma pancada na mesma região do corpo ou alguém o diz uma ofensa. Cada pessoa vai sentir a dor de uma forma particular, porque vai depender do limiar de dor, seja física ou emocional, que cada um tem.

Corpo Mental Inferior (Razão/Ego/Individualidade): (4)

É o corpo que planeja a forma exata (corpo ideal, local ideal, características ideais, elementos específicos...) para manifestarmos o projeto de vida que o Mental Superior programou.

Com o entendimento de que o Corpo Racional é separado do Corpo Emocional, compreendemos que é por essa razão que muitas vezes pensamos uma coisa, mas sentimos outra. A nossa razão briga com a nossa emoção.

Fazendo um paralelo com o Corpo Físico, o pensamento está no cérebro e o sentimento está no coração. Estão separados, embora conectados.

Por isso, cada corpo tem uma assistência direcionada.

Corpo Mental Superior (Intuição): (3)

É onde está toda a informação da encarnação atual, o nosso projeto de vida. Responsável por tudo o que vamos passar nesta vida.

Vamos trazer nesse Corpo só as experiências que o Corpo Búdico apura que já temos condições de trabalhar. (1 Coríntios 10:13)

Para conectarmos esse corpo precisamos nos aquietar e ter um olhar interno profundo de nós mesmo, tirando a racionalidade e as emoções exacerbadas (raiva, medo, desejo...). É lá que encontramos as respostas: Dentro de nós mesmo!

Corpo Búdico: (2)

É nesse corpo que está o registro de tudo o que já experienciamos de todas as nossas outras encarnações (Registros Akáshicos).

É desse corpo que acontece o déjà vu. Este é um breve acesso ao seu Corpo Búdico e que a psicologia explica como sendo uma reação psicológica da transmissão de ideias de que já se esteve naquele lugar antes, já viu aquelas pessoas ou outro elemento externo.

Não temos muito acesso às informações contidas nesse corpo, pois por misericórdia divina nos é concedido o véu do esquecimento. Este é o nome dado à barreira que nos impede de ter lembranças das nossas encarnações anteriores.

“(...) Ao entrar na vida corporal, o espírito perde, momen­taneamente, a lembrança de suas existências anteriores, como se um véu as cobrisse. (…)”. (O Livro dos Espíritos, questão 399)

Se já é difícil lembrar de algo ruim do passado da vida atual, imagina lembrar das coisas ruins que nós já fizemos e o que já fizeram conosco em reencarnações passadas!

“Em vão se objeta que o esquecimento constitui obstáculo a que se possa aproveitar da experiência de vidas anteriores. Havendo Deus entendido de lançar um véu sobre o passado, é que há nisso vantagem. Com efeito, a lembrança traria gravíssimos inconvenientes. Poderia, em certos casos, humilhar-nos singularmente, ou, então, exaltar-nos o orgulho e, assim, entravar o nosso livre-arbítrio. Em todas as circunstâncias, acarretaria inevitável perturbação nas relações sociais.” (O Evangelho Segundo O Espiritismo, cap. V)

Acesso por vias espontâneas ou por Terapias:

“(...) Todavia, conserva algumas vezes vaga consciência dessas vidas, que, mesmo em certas circunstâncias lhe podem ser reveladas. Esta revelação, porém, só os espíritos superiores espontaneamente lha fazem, com um fim útil, nunca para satisfazer a vã curiosidade. (O Livro dos Espíritos, questão 399)

Corpo Átmico: (1)

É onde está a nossa centelha divina, o sopro de luz pura (Gênesis 2:7).

Localiza as informações básicas e primordiais para que os sete corpos se desenvolvam, a partir desse corpo espiritual, e nós existamos, como a semente de uma grande árvore (ser humano). Somente Deus tem acesso a esse corpo sutil, pois foi Quem o criou.